Taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil volta a nível de descontrole da doença

Estudo do Imperial College of London mostra que Rt está em 1,1 o que significa que cada infectado passa a doença a mais uma pessoa; para contágio regredir, número tem de ser inferior a 1

Levantamento divulgado nesta terça-feira (17) pelo Imperial College de Londres aponta que a taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil, o chamado Rt, subiu a 1,10. Ela tinha ficado em 0,68 na semana anterior, o menor índice da pandemia.

O número indica que, a cada 100 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, outras 110 serão infectadas. Isso quer dizer que cada paciente com a doença a transmite a mais de uma pessoa, o que aumenta a chance de propagação. Ou seja, ao contrário do que apregoam os negacionistas, a pandemia não acabou.

Taxas inferiores a 1 indicam que a transmissão está sendo reduzida. Os pesquisadores estimam que o índice possa variar de 1,05 a 1,24 nesta semana, o que de toda forma revela que a disseminação do novo coronavírus voltou a sair do controle no país.

O cálculo é feito com a partir das estatísticas oficiais compiladas até segunda-feira (16). Os pesquisadores identificaram 2.722 mortes registradas na semana passada e estimam que, nesta semana, o total de óbitos pela doença deva subir no Brasil, para 3.070 – podendo ficar num intervalo entre 2.660 e 3.350.

Alta nos hospitais

Mesmo antes de divulgado esse indicador do Imperial College, o estado de São Paulo já havia identificado alta de 18% nas internações por Covid-19. O aumento se deu na semana passada em relação à retrasada, tanto nos hospitais públicos quanto nos particulares do estado.

O número fez o governo estadual adiar até o dia 30 de novembro possíveis flexibilizações nas permissões de atividades.

Havia previsão de que, nesta segunda-feira (16), a maior parte do estado fosse levada à fase verde do Plano São Paulo, que permite a abertura de cinemas, teatros e museus, entre outros. A capital já está nessa categoria.

FONTE: REVISTA FÓRUM
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil