Indicador de consumo das famílias fecha fevereiro em queda

Apesar da retração, índice da CNC sazonalmente ajustado fechou em queda de -0,6%, o pior resultado mensal desde janeiro de 2010

 As famílias brasileiras mantiveram seu consumo durante o mês de fevereiro, embora a cautela tenha aumentado: o indicador de intenção de consumo das famílias (ICF) sazonalmente ajustado registrou sua primeira queda mensal (-0,6%), depois de cinco meses consecutivos de alta. Trata-se também do pior mês de fevereiro da série histórica, iniciada em janeiro de 2010.

Sem ajuste sazonal, o índice apurado em fevereiro de 2021 chegou a 74,2 pontos, o maior resultado desde maio de 2020 (81,7 pontos), segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“Mesmo com esse recuo no indicador geral, a percepção em relação ao nível de consumo continuou em alta. O principal fator de influência para o resultado negativo do mês foi o mercado de trabalho. Tanto as incertezas sobre a manutenção do emprego atual quanto as perspectivas de mudança de emprego e melhora da renda podem ter impactado essa percepção das famílias”, analisa a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva

Sobre o emprego atual, a maior parte dos entrevistados (32,2%) se sente menos segura, em comparação com o ano passado, uma proporção maior do que em fevereiro de 2020 (19,2%).

Já as avaliações em relação à renda atual demonstraram que a maioria das famílias considerou sua renda pior do que no ano passado, com percentual de 40,5%, ante 23,4% em 2020. Com relação ao acesso ao crédito, a proporção das famílias que acreditam que comprar a prazo está mais difícil é de 40,2%, ante 36,7% em fevereiro de 2020. Mesmo com essas percepções de dificuldade, o nível de consumo atual apresentou o maior crescimento do mês, registrando 3,4%.

A maior parcela das famílias (50,8%) demonstrou ainda uma perspectiva profissional negativa em fevereiro deste ano, enquanto este percentual foi de 40,5%, em fevereiro de 2020, mês anterior à pandemia. A maioria das famílias (54,9%) acredita também que vai consumir menos nos próximos três meses, abaixo dos 55,4% no mês anterior e acima dos 36,1% observados em fevereiro de 2020.

FONTE:GGN
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