Um estudo liderado pela Fiocruz mostra que as pessoas infectadas na primeira onda da pandemia pela cepa original do coronavírus podem se reinfectar com a própria cepa, além das variantes. Pior: sintomas podem ser mais graves na reinfecção
A tese defendida por Jair Bolsonaro de “infecção de rebanho” como solução para a pandemia é insustentável e pode agravar ainda mais a pandemia. A ideia, divulgada intensamente em 2020, era de que as pessoas deveriam ir para as ruas e ter vida normal para se infectar rapidamente e a imunização se alastrar. No entanto, um estudo em fase de revisão indica que há risco de reinfecção das pessoas infectadas na primeira onda. A notícia é ainda pior: o risco de reinfecção não se restringe às variantes do coronavírus. A cepa original pode reinfectar as pessoas e de maneira mais grave que a primeira vez.
Nestes casos, o segundo contágio provoca uma resposta corporal inflamatória mais intensa e com sintomas mais fortes, mostra um estudo pré-publicado, ou seja, ainda não revisado por pares, de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (Idor), informa a CNN Brasil.
Esse estudo usou exemplos de reinfecções ocorridas no estado do Rio de Janeiro que mostraram que pacientes desenvolveram sintomas mais agudos em relação à primeira infecção, mesmo não sendo contaminados com algumas dessas variantes.
De acordo com Fernando Bozza, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo que atua na Fiocruz e no Idor, esse risco de reinfecção em relação às novas variantes é maior, mas o foco do estudo, que não abordou essas cepas, foi os casos de infecção por cepas não variantes, algo novo até então.
O dado preocupa, pois derruba a ideia de que a reinfecção só ocorre devido às novas variantes como a P.1, a B.1.1.9 (do Reino Unido) e a B.1351 (de origem na África do Sul).
Conforme Bozza, o dado reforça ainda mais a necessidade de manutenção das medidas de contenção do novo coronavírus, como isolamento social, redução de circulação de pessoas, uso de máscaras e higienização.
FONTE: BRASIL 247
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