“No mínimo, é lamentável que o chefe de um Poder, por ação ou por omissão, possa aquiescer com proclamações que são inconstitucionais”
“É, no mínimo, lamentável”, afirmava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos de Jair Bolsonaro e seus apoiadores contra a Suprema Corte. A declaração foi feita em entrevista à coluna de Carolina Brígido, do Uol, antes de o presidente sair às ruas neste domingo (23) em moto, participando de aglomerações e sem uso de máscara.
O ministro, que é crítico do mandatário, mas também um dos principais defensores da Lava Jato e de sua conduta ilegal, afirmou que vê ameaça do populismo no país com Jair Bolsonaro.
“Creio que o Brasil vive uma hora difícil e grave. Nós teremos um bom teste para as instituições democráticas nos próximos meses e nos próximos tempos”, disse Fachin.
Ao ser questionado sobre se o “incomodam” as manifestações do mandatário, pedindo o fechamento da Suprema Corte, manifestou: “O chefe do Poder Executivo opera no campo da política. No mínimo, é lamentável que o chefe de um Poder, por ação ou por omissão, possa aquiescer com proclamações que são inconstitucionais. É, no mínimo, lamentável.”
Segundo ele, a reação contra esta postura e a favor da democracia deve vir da própria sociedade, quando convocada “a participar de processos eleitorais”. “É importante que tenhamos uma sociedade democrática, plural, aberta. É essa sociedade que está sendo chamada nos próximos tempos a dizer o que pensa nas urnas e nas eleições”, defendeu.
E alertou que a tentativa de Bolsonaro de não aceitar o resultado das urnas, caso não ganhe as eleições 2022, é um atentado contra o sistema eleitoral.
Fonte: Jornal GGN
Foto: Divulgação