Ministra Cármen Lúcia aceitou abrir inquérito sobre o ministro do Meio Ambiente pelos crimes de advocacia administrativa, obstrução de investigação ambiental e embaraçar apuração sobre organização criminosa
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,vai responder a inquérito acusado de três crimes. A decisão é da ministra Cármen Lucia, do Supremo Tribunal Federal (STF) que atendeu ao pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar Salles pelos crimes de advocacia administrativa, obstrução de investigação ambiental e embaraçar apuração sobre organização criminosa.
Salles é acusado de interceder em favor dos madeireiros investigados pela corporação na Handroanthus GLO. O ministro do governo Bolsonaro, foi acusado pelo delegado e ex-superintendente da Polícia Federal, no Amazonas, Alexandre Saraiva, que apresentou uma notícia-crime, em abril deste ano, contra Salles, o acusando de atuar em defesa de madeireiros.
Ao pedir que o STF autorize a abertura de inquérito a PGR, que ouviu o ministro, informou que ele não apresentou esclarecimentos quanto às acusações de Saraiva.
A ministra do STF também autorizou a realização do depoimento de Salles e oitivas com proprietários rurais e agentes de fiscalização do Ibama e da PF envolvidos na operação ,e fixou o prazo de 30 dias para o cumprimento das diligências.
Cármen Lucia, no entanto, arquivou o processo do senador Telmário Mota (Pros-RO), acusado também pelo delegado da PF, de integrar uma organização criminosa junto com Salles, mas segundo a PGR, não foram apresentadas provas suficientes para um inquérito.
O ministro do Meio Ambiente também responde a outro inquérito, o da Operação Akuanduba, que apura crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando por agentes públicos ligados ao Ministério e ao Ibama, e por empresários do ramo madeireiro.
Ricardo Salles teve seus sigilos fiscal e bancários quebrados na operação. Por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, foi afastado do cargo junto de outros 10 servidores no mês passado.
Fonte: CUT