5OO MIL VIDAS PERDIDAS, embora a realidade diária e cruel em que estamos inseridas/os já nos mostrasse que chegaríamos a essa marca absurda de mortes, é assustador e revoltante vê-la concretizada.
Há mais de um ano nos deparamos diariamente com essa realidade cruel: pais, mães, filhos, irmãos, avós, netos, tios, sobrinhos, parentes e amigos que foram arrebatados do nosso convívio por esse vírus impiedoso e suas consequências. A cada dia desse ano, mantivemos viva também a esperança de conseguirmos nos libertar da sanha assassina dessa pandemia e dia a após dia nos deparamos com o descaso com a vida, a falta de iniciativas concretas e eficientes que nos permitissem enfrentar tamanho agressor e derrotá-lo com armas que estariam a nosso dispor se assim fosse do interesse daqueles que governam somente para si e para seus aliados.
Em mais um dia de dor e sofrimento, quero me solidarizar com as milhares de famílias que sofrem pela perda ou dor de seus entes queridos e prestar minha homenagem e luto a cada vítima desse genocídio.
QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS POR TAMANHA CATÁSTROFE?
Ouso destacar alguns:
– Um governo voltado para servir o capital, sem qualquer empatia e compromisso com a população e suas reais necessidades, que desrespeita e não consegue tratar como prioridade o bem maior da humanidade que é a vida.
– A humanidade que ataca a natureza e a explora indiscriminadamente, trazendo para si os efeitos dos seus atos;
– O descaso com a ciência, educação e saúde que levam a constantes reduções dos investimentos e consequentemente da qualidade dessas políticas públicas essenciais para o desenvolvimento saudável da população;
– A ausência de políticas sociais e econômicas que priorizem a população e suas necessidades básicas;
Nossos problemas sociais, econômicos e políticos não iniciaram com a pandemia, embora tenham se agravado bastante por exigir ações rápidas e eficazes que não nos foram disponibilizadas por descaso e desrespeito com a vida de cada ser humano. TodasAsVidasImportam.
Vivenciamos uma conjuntura de desmontes de direitos, das políticas públicas e de contrarreformas cujo objetivo principal é atender aos interesses do capital e seus aliados às custas da retirada de direitos da classe trabalhadora.
Ressalto que a pandemia desnudou nossas fragilidades humanas, sociais, econômicas e políticas, mas também nos mostrou com uma força intensa a importância e grandeza dos serviços públicos e seus servidores para a população e um país.
Na política pública de saúde, temos o mais organizado sistema de saúde do mundo, o Sistema Único de Saúde – SUS que embora sucateado pela falta de investimentos e ataques a sua estrutura, tem sido essencial e indispensável no enfrentamento da pandemia, assim como todos os/as trabalhadores/as da saúde, funcionários públicos em sua maioria, que estão executando suas atividades e salvando vidas;
Na política pública de Assistência temos o Sistema Único de Assistência – SUAS e seus trabalhadores/as, embora não tenham conseguido se incluir nas prioridades para vacinação, não pararam um único dia de trabalhar nos CRAS, CREAS, prestando assistência social a quem dela necessita.
Despertemos para a importância de TERMOS GARANTIDO PELO ESTADO os nossos direitos básicos a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma a Constituição Federal de 1988. Essa é a função precípua do Estado, garantir o bem-estar da população e o atendimento das suas necessidades básicas. Reduzir suas funções e responsabilidades e garantir lucros a bancos, empresas ou conglomerados não faz parte das atribuições públicas.
Cobremos os nossos direitos e lutemos pela manutenção deles pois todo/a cidadão/ã tem direito a uma vida digna e, nesse momento, o acesso à vacina para todos/as também é um direito fundamental.
Então companheiro e companheira, grite alto pelo seu direito à vida, à vacina, a uma renda básica cidadã, pelo respeito aos seus direitos.
Por: Crizeuda Freire.