Objetivo é evitar questionamentos dos resultados eleitorais; posição pode levar a engavetamento da proposta
Onze partidos políticos, dentre eles alguns da base de apoio bolsonarista, fecharam posição neste sábado contra o voto impresso nas eleições de 2022, decidindo derrubar a proposta em debate na Câmara e proposta pelo presidente Jair Bolsonaro.
As onze siglas que participaram da reunião foram PSL, Progressistas, PL, PSD, MDB, PSDB, Republicanos, DEM, Solidariedade, Avante e Cidadania (somados, esses partidos representam 326 deputados). O argumento para que se o posicionamento fosse mudado é o receio de uma onda de questionamentos dos resultados eleitorais a partir do ano que vem, travando o Judiciário e as comarcas locais.
A proposta chegou a contar com a quantidade de deputados necessária para avançar na Câmara dos Deputados, mas agora os partidos prometem articular a rejeição ou engavetar a proposta.
Segundo reportagem do jornal Correio Braziliense, os caciques partidários mudaram de opinião após atuação dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na disputa eleitoral do próximo ano, e Barroso é o atual chefe do TSE.
O ministro Alexandre de Moraes também criticou duramente a questão do voto impresso, afirmando que o tema não contribui para fortalecer a democracia brasileira.
“Não me parece que o voto impresso possa vir a contribuir para a democracia porque nós corremos um grande risco de quebrar o sigilo na votação. E isso não é possível. Nós temos, obviamente, que discutir, e estamos discutindo não só no Tribunal Superior Eleitoral, mas no Supremo Tribunal Federal também. Mas se você me perguntar: é necessário, hoje, para aprimorar a democracia o voto impresso? Não é”, afirmou o ministro em episódio de podcast publicado pelo STF.
Fonte: Jornal GGN