Projeto deve durar 15 meses, e os valores e critérios do auxílio ainda não foram divulgados pela estatal
A Petrobras divulgou esta semana que destinará R$ 300 milhões para um programa de auxílio à compra de gás de cozinha e outros insumos essenciais por famílias em situação de vulnerabilidade durante 15 meses. O montante informado pela estatal é apenas 10% dos R$ 3 bilhões anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, em 30 de julho.
O preço médio do botijão para consumidores brasileiros é de aproximadamente R$ 100. Houve aumento de quase 30% desde o início do ano, obrigando famílias a recorrerem a alternativas menos seguras, como álcool e lenha.
“O novo presidente da Petrobras, general Silva e Luna, está com uma reserva de aproximadamente R$ 3 bilhões para atender realmente esses mais necessitados. Seria o equivalente a um bujão de gás a cada dois meses”, sinalizou Bolsonaro em cadeia nacional há dois meses.
A declaração repercutiu a tal ponto que a petrolífera teve que lançar uma nota de esclarecimento, dois dias depois.
“Não há definição quanto à implementação e o montante de participação em eventuais programas. Qualquer decisão estará sujeita à governança de aprovação e em conformidade com as políticas internas da companhia”, disse a Petrobras, corrigindo a informação veiculada no SBT.
Bolsonaro citou reserva de R$ 3 bilhões em entrevista ao apresentador Carlos Massa, o “Ratinho”, em 30 de julho / Marcos Corrêa / PR
O montante aprovado pelo Conselho de Administração esta semana foi de R$ 300 milhões, 90% a menos que o sinalizado por Bolsonaro. Os critérios para acesso a esse subsídio e os valores a serem destinados para cada família ainda não foram divulgados.
Em paralelo ao programa que será custeado pela Petrobras, o governo estuda criar uma espécie de vale-gás para beneficiários do Bolsa Família até o final de 2022.
Para além da inflação acumulada no período, de 5,67%, o principal motivo dos reajustes no preço do botijão é a política adotada pela Petrobras desde o governo Michel Temer (MDB), que atrela os preços cobrados ao consumidor às variações do mercado internacional.
Com o dólar em alta, os combustíveis disparam. O impacto é sentido não apenas nos derivados de petróleo, mas em todas as cadeias produtivas, que refletem o aumento dos custos de transporte.
Edição: Vivian Virissimo
Fonte: Brasil de Fato