Dado indica recessão. No trimestre, variação é de -0,1%. Em relação a 2020, produto cresce 4%, mas base de comparação é fraca. E 2022 deve ser pior
O Produto Interno Bruto (PIB) variou -0,1% do segundo para o terceiro trimestre, segundo o IBGE, mostrando um cenário de estagnação. Na comparação com igual período de 2020, cresce 4%, mas com uma base fraca, já que o resultado do ano passado foi de forte retração. Em 12 meses, sobe 3,9%.
O segundo resultado negativo seguido (o PIB caiu 0,4% no segundo trimestre, segundo dado revisado) indica recessão. Assim, o país combina estagnação com inflação em alta.
De janeiro a setembro, comparado a 2020, a economia cresce 5,7%, mas as projeções apontam para alta abaixo de 5% neste ano, depois de tombo histórico do anterior. Economistas e consultorias já revisam estimativas para 2022, acreditando em crescimento pífio, abaixo de 1%. O governo fala em 2%.
“O PIB está no patamar do fim de 2019 e início de 2020, período pré-pandemia, e ainda está 3,4% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014”, informa o IBGE. Em valores correntes, o PIB brasileiro somou R$ 2,2 trilhões.
Na variação trimestral, a indústria ficou estável (mas com queda no setor de transformação), os serviços subiram 1,1% e a agropecuária caiu 8%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), um indicador de investimento, recuou (-0,1%). O consumo das famílias cresceu 0,9% e o do governo, 0,8%.
Em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a agropecuária também tem forte queda: 9%. “Esse resultado explica-se, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e apresentaram retração na estimativa de produção anual e perda de produtividade”, diz o IBGE, citando café, algodão, milho, laranja e cana de açúcar. A pecuária também mostra desempenho fraco, apontam as estimativas.
Já a indústria cresceu 1,3%, com destaque para a construção e o setor extrativo. Os serviços registram alta de 5,8%. O consumo das famílias sobe 4,2%, resultado influenciado “pelo aumento na ocupação no mercado de trabalho, pela expansão do crédito a pessoas físicas e pelo avanço da vacinação”. E o consumo do governo tem aumento 3,5%.
A FBCF teve crescimento de 18,8%, com maior produção e importação de bens de capital, além do setor de construção. Exportações subiram 4% e as importações, 20,6%.
Segundo o IBGE, a taxa de investimento no terceiro trimestre foi de 19,4% do PIB, ante 16,4% em igual período do ano anterior. Já a taxa de poupança passou de 16,2% para 18,6%.
Entre as informações divulgadas nesta quinta-feira (2), o IBGE revisou o resultado do PIB de 2020, que passou de -4,1% para -3,9%.
Fonte: Rede Brasil Atual