POR QUE OS MÉDICOS ABANDONARAM O TERMO “DENGUE HEMORRÁGICA”?

Casos de dengue grave sobem no Brasil. Entenda por que os médicos não usam mais o termo “dengue hemorrágica” para se referirem ao agravamento da doença. Na coluna de Mariana Varella.

Neste primeiro bimestre de 2024, o Brasil já acumulou 2,5 vezes mais casos de dengue grave ou com sinais de alarme do que no mesmo período de 2023, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no último dia 27.

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Com tantos pacientes graves, o número de internações vem subindo. No dia 28/2, em reunião com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou que, aparentemente, há dois motivos para a alta no número de casos graves.

O primeiro motivo seria o número elevado de casos da doença, que costuma ser mais comum em abril e maio. O país já tem quase 1 milhão de casos prováveis de dengue, e as autoridades sanitárias alertam para o risco de 2024 ser o ano com mais casos da doença na história do Brasil.

Outro motivo, segundo Maciel, é a mudança de sorotipo prevalecente no país. Embora atualmente estejam circulando os quatro sorotipos do vírus, o sorotipo 2 tem sido mais predominante, enquanto no ano passado, o país apresentou uma alta circulação do subtipo 1.

A mudança de subtipo prevalente ajudaria a explicar não apenas a alta no número de casos, mas também as taxas elevadas  de casos graves, visto que a segunda infecção pelo vírus da dengue está associada a um risco maior de agravamento da doença.

Dengue hemorrágica ou dengue grave?

Desde 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não utiliza mais o termo “dengue hemorrágica”, pois o agravamento da doença nem sempre provoca hemorragia.

O uso do termo poderia confundir os pacientes graves que não apresentam hemorragia, impedindo-os de identificar o agravamento do quadro e de procurar os serviços de saúde.

Veja os principais sintomas da dengue e da dengue grave, segundo o Ministério da Saúde.

Sintomas da dengue

  • febre alta (acima de 39ºC), em geral de início súbito, por dois a sete dias
  • dor no corpo (dor muscular ou nas articulações);
  • dor de cabeça;
  • dor atrás dos olhos;
  • manchas avermelhadas na pele;
  • mal-estar intenso.

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Sintomas da dengue com sinais de alarme

Em geral, os quadros costumam se agravar quando a febre começa a baixar.

  • dor abdominal intensa e contínua;
  • vômitos persistentes;
  • acúmulo de líquido no abdômen e nas membranas que envolvem o coração e os pulmões;
  • hipotensão postural (pressão baixa ao se levantar);
  • tontura;
  • sangramento de mucosa;
  • irritabilidade ou letargia (fraqueza intensa);
  • aumento do hematócrito (porcentagem de hemácias no sangue) no exame de sangue.

Sintomas da dengue grave

  • hipotensão importante que pode evoluir para choque;
  • extremidades frias;
  • desconforto respiratório;
  • sangramento intenso.

Atenção: a dengue nem sempre causa sintomas, mas o Ministério da Saúde alerta que é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados ao apresentar os possíveis sintomas de dengue.

FONTE: PORTAL DRAUZIO VARELLA