Pesquisa mostra que essa tendência pode piorar a saúde cardiovascular de idosos de maneira significativa
Um estudo conduzido pela Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan publicado na última segunda-feira (24) na revista eClinicalMedicine mostrou que a solidão pode aumentar em 25% o risco de acidente vascular cerebral em idosos.
Com dados de um banco com informações de saúde de 12 mil pessoas com mais de 50 anos de idade que nunca tinham tido um acidente vascular cerebral, os pesquisadores observaram quais variáveis impactavam o risco da doença.
Ao longo do período de estudo, entre 2006 e 2018, ocorreram 1.237 AVCs. Segundo os dados, os participantes considerados solitários tinham um risco 25% maior de AVC do que aqueles não considerados solitários.
Os pacientes com nivel mais intenso de solidão apresentaram um risco 56% maior de AVC do que aqueles no grupo que não se considerou nada solitário.
“A solidão está cada vez mais sendo considerada um grande problema de saúde pública. Nossos achados ressaltam ainda mais o porquê disso”, disse a autora principal Yenee Soh, associada de pesquisa no Departamento de Ciências Sociais e Comportamentais, em um release da Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan.
“Especialmente quando experimentada de forma crônica, nosso estudo sugere que a solidão pode desempenhar um papel importante na incidência de AVC, que já é uma das principais causas de incapacidade e mortalidade a longo prazo em todo o mundo”, completou.
Outros estudos indicam que a solidão também pode aumentar o risco de diferentes doenças cardíacas, como infarto. Agora, os pesquisadores devem entender como abordar isso em nível de saúde pública.
“Se não abordarmos seus sentimentos de solidão, em escala micro e macro, pode haver consequências graves para a saúde”, disse Soh. “Importante, essas intervenções devem especificamente abordar a solidão, que é uma percepção subjetiva e não deve ser confundida com isolamento social”, completou.
Com informações Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan.
Fonte: Revista Fórum