Prévia aponta inflação menor em setembro e reforça tendência de desaceleração

IPCA-15 ficou em 0,13% neste mês, abaixo do registrado em agosto e também em 2023

A prévia da inflação do mês de setembro reforçou a tendência de queda na intensidade do aumento de preços no Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,13% neste mês, abaixo dos 0,19% registrados em agosto e menos da metade dos 0,35% verificados em setembro do ano passado.

Em agosto, a inflação já havia sido negativa, indicando queda de preços.

O IPCA-15 foi divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele é medido com a mesma metodologia do IPCA, índice mensal oficial de inflação do país, mas com auferido entre a segunda quinzena de um mês e a primeira quinzena do outro.

Em setembro, o IPCA-15 foi medido com base em preços coletados no período de 15 de agosto a 13 de setembro de 2024.

Neste período, alimentos e bebidas subiram 0,05%. Houve, porém, queda de 0,01% no preço da alimentação no domicílio, puxada pela redução do preço da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%). Subiram o mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).

O aumento na energia elétrica pressionou a alta de preço dos itens de habitação. A categoria registrou elevação de 0,50% entre meados de agosto e começo de setembro. Isso porque a conta de luz residencial subiu 0,84% no período, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a partir do primeiro dia deste mês.

Na categoria transportes, houve queda de 0,08% dos preços. O resultado foi influenciado pela redução da gasolina (-0,66%) e do etanol (-1,22%).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,15%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

A queda no acumulado de 12 meses reforça a possibilidade de a inflação fechar o ano dentro dos 4,5% estipulados pelo governo. Mesmo com cenário favorável para o cumprimento da meta, temores de que isso possa não ocorrer justificaram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros da economia na semana passada.

Após dois anos sem alta, a Selic subiu neste mês, passando de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano. O Copom indicou, após essa decisão, que novos aumentos devem ocorrer futuramente.

Edição: Geisa Marques

FONTE: BRASIL DE FATO