A Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores m Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS) vem a público informar que a greve dos servidores do INSS está ocorrendo na autarquia, e chega ao 93º dia nesta quarta-feira, 16 de outubro.
A greve foi deflagrada nacionalmente no último dia 16 de julho, com adesão inicial de servidores de 11 estados, e manteve crescimento constante durante o movimento – que atualmente passa de três meses – mesmo diante de graves ataques, como o corte de ponto e até mesmo a imposição de faltas injustificadas.
Diante das ofensivas do INSS, a FENASPS, por meio de seu corpo jurídico, ingressou com uma série de medidas judiciais para garantir o direito constitucional de greve aos servidores públicos. Paralelamente a isso, a Federação organizou diversas ações de rua – como ocupações na Direção Central do órgão e um cortejo fúnebre do INSS pela Esplanada dos Ministérios – e tem feito interlocução com parlamentares para buscar a negociação com o governo e inclusive, por meio dos comandos estaduais, interpelando ministros de Estado em Belém/PA e em Brasília/DF.
Infelizmente, mesmo diante de todas as tentativas da FENASPS em estabelecer um processo democrático de negociação, o Governo Federal continua numa posição inflexível. E, agora, tenta manipular a opinião pública, divulgando notas com informações inverídicas a respeito do número de servidores em greve no momento.
Foram verificadas ao menos duas matérias na imprensa em que o INSS informa que são “apenas 63“, e em outra, “cerca de 100” servidores os que estão aderindo ao movimento. Só que, segundo informações obtidas pelo FalaBR, canal de ouvidoria oficial do Governo, foi registrada uma adesão dezenas de vezes superior ao informado pela autarquia nessa terça-feira, 15 de outubro.
Esta subnotificação revela mais uma tentativa da atual gestão do INSS em desqualificar o movimento de greve no INSS – não a primeira, já que desde a primeira semana de paralisação o Governo ingressou com ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para torná-la ilegal – em vez de sentar e negociar com os trabalhadores(as), fundamentais para a atuação da Previdência Social, uma política pública que movimenta milhões de reais em benefícios todos os meses, atingindo milhões de brasileiros.
A FENASPS informa que continua na busca de interlocutores do Governo Federal para reabrir as negociações da greve no INSS. A federação também vem realizado trabalho de corpo a corpo no Congresso Nacional, solicitando apoio parlamentar para que as tratativas sejam reiniciadas.
Enquanto persiste o impasse, é a população que é mais prejudicada, com ainda mais atrasos nas concessões de benefícios e falta de atendimento, problemas estruturais que já existiam antes da greve, mas que foram amplificadas pelo movimento.
FONTE: FENASPS