O banco exigirá entrada maior para imóveis financiados via recursos do SBPE de até R$ 1,5 milhão. Segundo economista, a medida distribuirá melhor os recursos disponíveis e garantirá aprovação de mais contratos
A partir de novembro quem buscar financiamento imobiliário pela Caixa Econômica Federal (CEF) com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) encontrará novas regras para adquirir a casa própria. A principal mudança será a exigência de um valor maior de entrada para imóveis de até R$ 1,5 milhão, afetando diretamente quem financia unidades acima de R$ 350 mil, limite do programa Minha Casa Minha Vida.
Atualmente, não há um teto para o valor do imóvel financiado com esses recursos.
A decisão acompanha um movimento de ajuste no mercado financeiro, refletindo um cenário de esvaziamento da poupança. Segundo o Banco Central, a caderneta de poupança registrou uma retirada líquida de R$ 11,239 bilhões no ano. Até setembro, a Caixa já havia liberado R$ 63,5 bilhões em financiamentos imobiliários via SBPE, perto de sua meta de R$ 70 bilhões para 2024.
“Graças à política econômica do governo Federal e à retomada do projeto Minha Casa Minha Vida, está havendo um boom imobiliário no país. Por consequência, um aumento nos financiamentos da casa própria. Por isso, a medida da Caixa Econômica Federal é para distribuir melhor os recursos disponíveis e garantir que mais contratos possam ser aprovados junto ao banco, sem comprometer o acesso ao financiamento”, afirma Clóvis Scherer, economista do Dieese e assessor da CUT junto ao FGTS.
A partir de novembro, a instituição só financiará até 70% do valor do imóvel no modelo de amortização constante (SAC), ante os 80% praticados até o final de outubro. Pelo sistema Price, a cota passará de 70% para 50%.
No sistema SAC, o valor das prestações é decrescente ao longo do tempo, já que a parcela de juros diminui conforme o saldo devedor é amortizado. No sistema Price, as prestações têm valor fixo durante todo o período do contrato.
Exemplos das mudanças
As novas regras não afetam unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pela Caixa. Para esses casos, as condições atuais permanecem inalteradas.
FONTE: CUT