Relatório do Olabi ressalta integração como forma de reduzir desigualdades e valorizar o conhecimento de pessoas com 60 anos ou mais
Com o objetivo de construir um futuro digital no qual a experiência e a sabedoria da população mais idosa possam contribuir para um futuro diverso e conectado, o laboratório Olabi lança o relatório “Longevidade e Tecnologias”, que reúne dados atualizados e análises inéditas sobre o cenário da inclusão digital para pessoas com 60 anos ou mais no Brasil.
O documento ressalta a importância de integrar esse grupo ao ambiente digital como forma de reduzir desigualdades e valorizar seu conhecimento, em resposta ao cenário de crescimento acelerado do envelhecimento populacional.
O Olabi aponta que, embora o uso da internet entre pessoas mais longevas no Brasil tenha crescido 66% desde 2019, 42% dos brasileiros com 60 anos ou mais nunca acessaram a internet – índice acima do dobro do somatório de todas as demais faixas etárias (TIC Domicílios 2023). Esse cenário reflete uma exclusão digital estrutural, que limita o acesso a serviços essenciais, como saúde e previdência, entre outros, além de restringir o contato social e a participação em debates sobre temas que afetam diretamente suas vidas.
Um conceito central, de acordo com o Olabi, é o de “conectividade significativa”, que ajuda a compreender por que o simples fato de estar “online” não basta: é preciso, mais do que isso, uma conexão estável e acessível o suficiente para suprir as necessidades diárias e permitir uma participação plena no mundo digital. Entretanto, 61% das pessoas com 60 anos ou mais estão entre as que têm as piores condições de acesso e uso da internet.
Codiretora executiva do Olabi, Gabriela Agustini explica que a inclusão digital desses indivíduos diz respeito a todas as faixas etárias. “Celebrar a força e as potencialidades dos grupos mais longevos é reconhecer que o futuro não pertence apenas ao jovem e ao novo. Essas pessoas trazem consigo saberes e experiências que enriquecem nossa sociedade”, diz ela.
“Integrar significativamente essa população às tecnologias é também reconhecer o valor de suas contribuições e incentivar um intercâmbio de ideias que fortaleça as conexões intergeracionais. Isso é fundamental para que nossa sociedade seja de fato inovadora”, acrescenta.
O estudo também aborda questões como o desafio do idadismo e seus impactos na economia e no mundo do trabalho, sempre no contexto em que digitalização se torna, cada vez mais, uma condição essencial para a plena participação cidadã. Esse cenário ainda ganha uma camada extra de complexidade e urgência com o avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA).
Além disso, o conteúdo apresenta recomendações para a promoção de uma conectividade cada vez mais inclusiva, algo que passa pelo desenvolvimento de interfaces mais amigáveis, criação de políticas públicas e parcerias entre setor público, privado e sociedade civil.
Projeto Transborda 60+
“Longevidade e Tecnologias” integra o projeto Transborda 60+, iniciativa do Olabi, dedicada a promover a inclusão digital das pessoas com 60 anos ou mais, capacitando-as para navegar no mundo digital de forma segura e autônoma.
“Mais do que ajudar pessoas maduras a manter uma conectividade significativa, nossa proposta é construir pontes para que elas possam compartilhar seus conhecimentos e se sentir protagonistas no ambiente digital. O Transborda 60+ é uma maneira de empoderar essa geração para que participe, influencie e inspire a construção de um futuro mais inclusivo”, completa Gabriela.
FONTE: REVISTA FÓRUM