‘Apesar de queda, estamos longe do fim da pandemia’, diz médico ao Programa Bem Viver

OMS alerta para risco de nova onda e de novas cepas, que podem não responder às vacinas já existentes

Mesmo com a queda contínua nos números de novos casos e de óbitos por Covid-19, o Brasil ainda está longe do fim da pandemia, por isso é fundamental manter todos os protocolos de segurança, como o distanciamento social e o uso de máscara. O país atingiu patamares tão altos de mortes e contágio que mesmo em queda, os dados ainda são considerados muito elevados por especialistas, que ressaltam também os riscos de surgimento de novas cepas.

“Precisa ficar explícito que a pandemia não está chegando ao fim. Temos notícias boas, temos que comemorar, mas o Brasil ainda tem grandes desafios. Temos menos 20% da população vacinada”, ressaltou o médico de família e comunidade Aristoteles Cardona, em entrevista ao podcast Covid-19 na Semana, repercutido na edição de hoje (26) do Programa Bema Viver.

Esse posicionamento foi endossado na última semana pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que alertou que a pandemia está longe do fim. Entre 11 e 17 de julho houve um aumento de 11,5% no número de casos no mundo. A Organização reforçou que pode ocorrer uma nova onda global, sendo que a desigualdade na vacinação manteria bolsões de contágio propícios ao surgimento de novas cepas, que podem não responder às vacinas já existentes.

“Já sabemos que a variante Delta é mais transmissível e tem se tornado dominante em alguns países. Temos identificado aumento de casos e de hospitalizações em países que já tinham vacinado muito. A mortalidade permanece baixa, um reflexo da vacinação. Porém, os países que tão tem taxas altas de vacinação estão sim registrando um aumento nas mortes”, disse Aristoteles. “Além disso existe o risco surgirem variantes que as vacinas não protegem.”

Por isso, o médico reforça a necessidade de manter as medidas não farmacológicas de controle da pandemia, como uso de máscara, distanciamento social e higiene constante das mãos. Ele reforça que o fato de haver parte grande da população não vacinada circulando normalmente pode abrir espaço para novas cepas e para o descontrole da pandemia.

“Mesmo longe do fim, estamos em um clima de uma pós pandemia, de normalidade, e isso não é real. Temos que comemorar conquistas, mas ainda estamos em plena pandemia. Temos risco de sofrer tudo mais uma vez. Faz parte da política de enfrentamento se adiantar ao vírus e não estamos fazendo isso.”

Fonte: Brasil de Fato