Sérgio Nobre: unidade dos movimentos sindical e popular segue fundamental em 2024

Em Seminário das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, presidente nacional da CUT, fala sobre os desafios para este ano e a pauta prioritária do movimento sindical 

“A unidade dos movimentos sindical e popular foi fundamental para a nossa vitória em 2022 e será ainda mais importante este ano e em 2026”, afirmou o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, no Seminário Conjunto das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, realizado nesta segunda-feira (5), no Galpão do MST, em São Paulo. Na pauta, análise, debate e planejamento das lutas e desafios prioritários em 2024 para seguir na reconstrução do país, após os retrocessos entre o golpe de 2016 e 2022.

“Neste primeiro semestre, temos uma pauta do movimento sindical que é muito importante para nós no Congresso Nacional e que vamos ter que dar uma prioridade muito grande”, destacou Sérgio Nobre. Ele lembrou que o presidente Lula, em janeiro do ano passado, instalou três mesas nacionais com temas que são fundamentais à CUT e Fórum das Centrais, como a regulamentação da negociação coletiva com os servidores públicos. “Isso é estratégico para os servidores e servidoras públicos, que não têm direito à negociação, não tem direito de greve, não tem absolutamente nada. Essa é uma pauta importante”.

“O movimento sindical, com o golpe, foi o primeiro a ser desmontado, eles desmontaram a nossa organização, estamos sem financiamento desde 2017 e a gente precisa recuperar para poder fazer a luta, essa pauta está no Congresso Nacional”, disse o presidente nacional da CUT.

PRISCILA RAMOS

E prosseguiu: “a outra pauta muito importante, e essa nós temos que ganhar na sociedade, é a que garante proteção dos trabalhadores e trablhadoras por aplicativos. Essa juventude que trabalha no Ifood e Uber da vida, que fala que é empreendedora, mas não é, porque são trabalhadores e trabalhadoras precarizados”, disse o dirigente cutista.

Segundo Sergio Nobre, haverá um projeto de lei, fruto da mesa de negociação, que vai estabelecer direitos e proteção para esses trabalhadores. Ele explicou que, “embora não vá haver vínculo empregatício, os trabalhadores para plataformas de aplicativos vão ter limite de jornada, data base para poder fazer a negociação coletiva, salário mínimo e previdência. “Passarão a ser portadores de direitos”.

“Se isso [o projeto] passar no Congresso Nacional, o Brasil vai ser um exemplo para o mundo, já que esse tema não é um tema só brasileiro, é um tema que está colocado no mundo e o Brasil pode ser uma grande referência se a gente conseguir proteger os trabalhadores. Portanto, é estratégico e nós vamos ter uma dedicação total para que esses três projetos passem no Congresso Nacional”, afirmou Sérgio Nobre.

É evidente, complementou o presidente da CUT, que não são projetos importantes somente para o movimento sindical, são importantes para o todos os companheiros e companheiras do nosso campo. 

Sérgio Nobre destacou também a importância de os movimentos sindical e popular realizarem um 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e um 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, grandiosos “Dada a característica desse ano, precisam ser dois eventos muito grandes, maior do que em anos anteriores. E espero que no 1º de Maio a gente possa estar anunciando essas grandes conquistas aprovadas no Congresso Nacional

Eleições

Numa fala sempre pontuada pela importância da unidade, Sérgio Nobre lembrou que a vitória de 2022 foi histórica, mas apertada. “Ganhamos uma batalha muito importante, mas vamos ter uma nova batalha agora este ano, que são as eleições municipais, e também a de 2026, por isso, nos temos de trabalhar muito para chegar muito forte e ganhar com folga maior daqui a dois anos e dar seguimento ao processo de reconstrução do nosso país com base democrática, a nossa unidade em todo o nosso campo é fundamental para isso”, disse o presidente nacional da CUT

Segundo Sérgio Nobre, na avaliação do Fórum das Centrais Sindicais, “é que esse ano a nossa pauta do primeiro semestre é muito importante, já que no segundo semestre a nossa militância vai estar empenhada e tem que estar empenhada mesmo nas eleições municipais, porque nessas eleições a gente precisa crescer e eleger muitos vereadores do nosso campo, eleger prefeitos do nosso campo em especial aqui no Estado de São Paulo, pela densidade eleitoral que ele tem”

“O Estado de São Paulo, disse Sérgio Nobre, com 645 municípios, é deles. O PT, que é o maior partido de esquerda, em quatro municípios e é esse estado aqui se a gente não tivesse crescido nele, no trabalho organizado que a gente fez, talvez o resultado da eleição tivesse sido outro, mesmo com toda a vantagem que o Nordeste nos deu. Portanto, no segundo semestre, nossa tarefa de trabalhar e trabalhar de forma organizada e sair muito forte dessa eleição”, afirmou Sérgio Nobre.

Confira no vídeohttps://www.instagram.com/reel/C2-TsKxLTiE/embed/captioned/?cr=1&v=14&wp=540&rd=https%3A%2F%2Fwww.cut.org.br&rp=%2Fnoticias%2Fsergio-nobre-unidade-dos-movimentos-sindical-e-popular-segue-fundamental-em-2024-2047#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A4188.5%2C%22ls%22%3A2199.7000000476837%2C%22le%22%3A3239.400000035763%7D

Lideranças ressaltam importância das eleições deste ano

Ao longo do dia, mais de 200 pessoas participaram presencialmente do seminário, que também abordou questões em defesa da Palestina, o fortalecimento da comunicação popular e o enfrentamento aos grupos extremistas de direita.

Lideranças dos movimentos sindical e popular apontaram a necessidade de promover ações expressivas neste semestre, de forma a garantir que a pauta dos trabalhadores e trabalhadoras esteja presente no debate eleitoral de 2024, quando a população vai às urnas eleger prefeitos e vereadores.

PRISCILA RAMOS

Para Raimundo Suzart, presidente da CUT-SP, eventos como esse são importantes para a organização das lutas. “Os movimentos, juntos, têm o poder de fortalecer o debate sobre as pautas e ampliá-las, por isso, estarmos reunidos hoje é essencial para formar uma agenda prioritária e unificada”, disse.

João Paulo Rodrigues, da Direção Nacional do Movimento Trabalhadores sem Terra (MST) destacou que ao mesmo tempo em que é preciso apoiar o governo federal, é preciso também cobrá-lo.

“Nós, dos movimentos populares, temos a responsabilidade de nos organizar para cobrar o governo, mas também defendê-lo para que possa trabalhar e seguir com as transformações”, disse.

Segundo Daiane Araújo, da Frente Brasil Popular, os movimentos “fizeram uma bonita e importante luta contra o golpismo e o bolsonarismo, porque entendemos que a unidade é nossa força. Agora precisamos sair daqui hoje com uma agenda de lutas para avançarmos”.

Mariana Amaral Marina da Afronte destacou que “precisamos impor uma derrota significativa à extrema direita. Teremos um verdadeiro terceiro turno nessas eleições e vamos para cima sem medo em unidade”.

FONTE: CUT