Antes de ontem, Paulo Guedes tem seu momento apologético, com os dados de emprego do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Sustentou que foram os melhores resultados desde o início da série, nos anos 90.
Se a afirmação fosse de um leigo, se diria que é por ignorância. Sendo de Guedes, pode-se afirmar que é uma mentira intencional. No ano passado, houve mudança na metodologia do CAGED – em pleno reinado de Guedes – visando justamente mascarar a precariedade do emprego. Incluíram-se estágios, empregos provisórios etc. Justamente por isso, os dados não são comparáveis com séries anterior a 2020.
Ontem, o PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou o desastre do mercado de trabalho.
O período analisado foi de novembro e janeiro de 2021. Comparado com o trimestre out-dez 2020, o quadro foi o seguinte:
O carnaval de Paulo Guedes foi em cima das comparações em relação a 12 meses atrás. Confira nos dados do IBGE, as estatísticas de nov-jan de 2021 em relação a nov-jan 2020:
Não é apenas isso. Comparando-se os últimos indicadores com a série histórica desde jan-março de 2012, tem-se os seguintes dados.
Em 12 meses, a indústria perdeu 1,2 milhões de empregos, o comércio e reparação de veículos quase 2 milhões, alojamento e alimentação 1,5 milhões e serviços domésticos 1,3 milhão. Houve ganho apenas em Agricultura, com mais 257 mil empregos e na Administração Pública, com mais 205 mil.
A redução drástica da renda emergencial não ajudará em nada a recuperação. Com a força da segunda onda de Covid-19, e a necessidade imperiosa de lockdown, esses dados tendem a piorar.
FONTE:GGN
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