Pesquisadores da USP mapeiam os segredos dos centenários saudáveis no Brasil

Cientistas buscam os genes que influenciam a saúde dos idosos para, se possível, manipulá-los e melhorar a qualidade de vida dos maiores de 100 anos

A geneticista e coordenadora do Laboratório de Doenças Neuromusculares e Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco, Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz coordena uma pesquisa sobre os centenários e super centenários (aqueles com mais de 110 anos) e os genes que regulam o organismo dos idosos e permitem que envelheçam sem doenças.

A partir da derivação de linhagens celulares retiradas de amostras de sangue, os pesquisadores conseguem reprogramar as células do sangue em células-tronco embrionárias, para que se desenvolvam como células musculares, ósseas ou nervosas.

Assim, os cientistas conseguem estudar as especificidades das células para compreender os chamados genes protetores, que se tornam mais influentes à medida em que as pessoas envelhecem. Entre os indivíduos centenários que se mostraram resistentes à Covid-19, tais genes foram identificados.

Genes

Em artigo no site The Conversation, Mayana explica que uma variante genética no gene MUC22, responsável pela produção de mucina, era duas vezes mais frequente nesse grupo e pode ser um fator protetor.

Pesquisas internacionais identificaram, ainda, que pessoas com mais de 105 anos têm dois genes que atuam em mecanismos de reparo de DNC, em que a célula é capaz de identificar e corrigir danos a essa molécula, enquanto em pessoas em que a incidência dos genes é menos frequente, com o envelhecimento, o mecanismo de reparo se torna menos eficiente.

O estudo aponta ainda que envelhecer não depende de um único gene, mas é resultado de múltiplos genes, proteínas e vias metabólicas. Os pesquisadores agora querem entender como essas interações afetam o envelhecimento, além de mapear os processos que podem ser manipulados, a fim de melhorar a saúde dos idosos.

Genética

Muito além dos genes, fatores comportamentais e ambientais também determinam a saúde e a longevidade dos pesquisados. Mayana afirma que a genética também tem um papel determinante entre os que ultrapassam os 100 anos.

De acordo com um levantamento dos Estados Unidos, 60% dos super idosos têm sobrepeso, fumaram a vida inteira e nunca fizeram exercícios físicos, contrariando a máxima de que, para ter um envelhecimento saudável, era preciso ter uma alimentação adequada, praticar atividades físicas, não ter sobrepeso ou se expor a situações de estresse.

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Fonte: Jornal GGN