Inflação desacelera para todas as faixas de renda em novembro

Destaque fica para recuo dos preços para famílias de renda muito baixa, que caiu de 0,75% para 0,26% por queda da tarifa de energia elétrica

A inflação perdeu força em praticamente todas as faixas de renda durante o mês de novembro, segundo o índice de inflação por faixa de renda apurado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O aumento de preço dos alimentos e bebidas ajudou a pressionar a inflação em todas as faixas de renda, mas seu impacto foi proporcionalmente mais forte nas classes de renda mais baixa devido ao maior percentual do gasto com esses itens no orçamento.

Mesmo diante das deflações registradas em categorias como cereais (-0,27%), farináceos (-0,15%), tubérculos (-0,11%) e leite e derivados (-0,45%), os impactos da forte alta das proteínas animais, como carnes (8,0%) e aves e ovos (1,4%), além dos reajustes do óleo de soja (11%) e do café (2,3%), explicam, em grande parte, a contribuição positiva desse grupo à inflação de novembro.

Em contrapartida, a melhora no desempenho do grupo “habitação”, refletindo as quedas das tarifas de energia elétrica (-6,3%), gerou um alívio inflacionário no último mês para todas as classes.

Por fim, à exceção do segmento de renda alta, impactado pelos reajustes de 0,57% dos planos de saúde, as deflações dos produtos farmacêuticos (-0,45%) e dos produtos de higiene pessoal (-0,44%) fizeram com que o grupo saúde e cuidados pessoais também contribuísse negativamente para a inflação das demais faixas de renda no último mês.

Preços por faixa de renda
Na análise por faixa de renda, o destaque ficou com a queda vista nos preços para as famílias de renda muito baixa, que caiu de 0,75% em outubro para 0,26% em novembro, uma vez que a redução da tarifa de energia elétrica ajudou a contrapor as altas nos alimentos a domicílio.

A exceção do período ficou com a classe referente às famílias de renda alta, que teve uma alta de 0,27% para 0,64% de um mês para o outro devido ao grupo transporte, com o reajuste de 22,7% nas passagens aéreas.

Acumulado
Com os dados de novembro, a faixa de renda baixa é a que registra a maior alta inflacionária no acumulado de 2024 (4,5%), enquanto o segmento de renda alta registra a taxa menos elevada (3,86%).

No acumulado de 12 meses, as famílias de renda muito baixa apresentam a taxa de inflação mais elevada (5,08%), ao passo que a faixa de renda alta tem a menor taxa de variação de preços (4,50%).

FONTE: JORNAL GGN