10 DÚVIDAS SOBRE A VACINAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES CONTRA A COVID-19

Embora maiores de 5 anos já possam ser vacinados, muita gente ainda tem dúvidas sobre a vacinação de crianças e adolescentes.

A vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos contra a covid-19 começou no segundo semestre de 2021; a de crianças de 5 a 11 anos, no início deste ano. Mesmo assim, muitos pais ainda têm dúvidas acerca da necessidade da vacinação e do número de doses indicadas para cada faixa etária.

Veja as principais perguntas e respostas sobre o tema:

1. Por que vacinar crianças e adolescentes?

Desde o início da pandemia, morreram duas crianças com menos de 5 anos por dia no Brasil, totalizando 1.439 óbitos em 2021, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre janeiro e junho de 2022, foram 291, ainda segundo dados da Fundação. Um estudo dinamarquês realizado com crianças de 0 a 14 anos revelou que crianças que contraíram covid têm risco de desenvolver covid prolongada.

“É preciso vacinar crianças e adolescentes por vários motivos: pelo impacto de curto prazo, para reduzir o risco de doença, transmissão, hospitalização e morte; pelo impacto de longo prazo, para evitar a covid longa”, explica o dr. Renato Kfouri, pediatra infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

2. Quem pode se vacinar?

Crianças de 5 a 11 anos e adolescentes de 12 a 17 anos podem e devem se vacinar contra a covid-19.

3. Quantas doses crianças e adolescentes devem tomar?

  • Crianças de 5 a 11 anos: Devem tomar 2 doses da vacina. Ainda não há definição do Ministério da Saúde acerca da 3​​ª dose para esse público.
  • Jovens de 12 a 17 anos: Devem tomar a 3ª dose da vacina após 4 meses da 2ª dose.

4. Quais imunizantes estão sendo usados para esse público?

  • Crianças de 5 anos: Pfizer
  • Crianças de 6 a 11 anos: Pfizer e CoronaVac
  • Jovens de 12 a 17 anos: Pfizer e CoronaVac

5. Qual é o esquema vacinal recomendado?

  • Jovens de 12 a 17 anos: Quem tomou a vacina da Pfizer deve receber a 2ª dose do imunizante após 8 semanas. Já a CoronaVac deve ser administrada com intervalo de 28 dias entre as doses. Imunossuprimidos dessa faixa etária não devem receber a CoronaVac. A 3ª dose (dose de reforço) deve ser dada a esse público após 4 meses da 2ª dose, de preferência com o imunizante da Pfizer, independentemente da vacina recebida antes. As doses fornecidas a essa faixa etária são as mesmas das aplicadas em adultos. 
  • Crianças de 6 a 11 anos: Duas doses da Pfizer pediátrica (uma vacina armazenada em frasco com rótulo laranja, diferente da oferecida aos adultos), com intervalo de 8 semanas, ou duas da CoronaVac (mesma formulação e dose da aplicada em adultos), com intervalo de 28 dias. Imunossuprimidos dessa faixa etária não devem receber a CoronaVac. Crianças dessa idade ainda não estão autorizadas a receber a 3ª dose.
  • Crianças de 5 anos: Devem tomar duas doses da vacina pediátrica da Pfizer, com intervalo de 8 semanas entre elas.

6. Meu filho pode receber outras vacinas juntamente com a da covid-19?

Adolescentes de 12 a 17 podem tomar vacinas contra outras doenças concomitantemente à da covid-19. No entanto, crianças de 5 a 11 precisam esperar um prazo de 15 dias após receberem outras vacinas por motivos de farmacovigilância, pois é mais fácil identificar e monitorar eventuais eventos adversos. A medida é de precaução, e não porque as vacinas oferecem risco.

7. Há alguma contraindicação?

A CoronaVac não deve ser aplicada em:

  • Imunocomprometidos de 6 a 17 anos;
  • Gestantes e puérperas imunocomprometidas;
  • Quem tem alergia a qualquer um dos componentes presentes na vacina;
  • Histórico de anafilaxia após dose anterior.

Não deve receber o imunizante da Pfizer quem tem:

  • Alergia a qualquer um dos componentes presentes na vacina;
  • Histórico de anafilaxia após dose anterior.

8. A vacina é segura? Quais os possíveis efeitos adversos?

As duas vacinas recomendadas para esse público têm bom perfil de segurança.

As reações mais frequentes são dor e vermelhidão no local da aplicação e, menos comumente, mal-estar, dor de cabeça e no corpo, calafrios e febre dentro de até 7 dias após a imunização.

Segundo a SBIm, órgãos de vigilância de eventos adversos relacionados às vacinas da covid-19 verificaram um aumento nas notificações de miocardite e pericardite (inflamação do músculo cardíaco e da estrutura que envolve o coração) após a vacinação com vacinas de mRNA em adolescentes e adultos jovens. Os sistemas de monitoramento concluíram que existem poucos relatos desta condição até o momento, a maioria leve e tratável, e que esses casos parecem ocorrer predominantemente em adolescentes do sexo masculino, após a 2ª dose e dentro de 4 dias depois da vacinação.


9. Meu filho completou 12 anos durante o período de espera para a 2ª dose. Qual dose ele deve tomar?

A CoronaVac não tem diferença de dose para crianças e adultos. Se seu filho recebeu a vacina pediátrica da Pfizer, deverá completar o esquema vacinal com a vacina pediátrica.

10. Meu filho ficou doente recentemente. Ele pode se vacinar? 

Devem adiar a vacinação:

  • Aqueles que apresentarem quadros respiratórios, febris ou não, independentemente da intensidade, até que se passem de 10 a 14 dias do início dos sintomas e a pessoa esteja totalmente recuperada;
  • Pessoas que já tiveram covid-19 há ao menos quatro semanas do início dos sintomas ou do resultado positivo no exame RT-PCR. Após esse período, se estiverem restabelecidas, elas podem se vacinar.

Matéria feita a partir de informações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Fonte: Drauzio Varella