Ministra anunciou que atenção primária intensificará foco no tema e ressaltou importância da prevenção
O Ministério da Saúde vai ampliar ações de assistência para pessoas com vício em apostas, em resposta ao crescimento do consumo das chamadas bets e de jogos conhecidos como tigrinho.
Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) estima que cerca de 2 milhões de pessoas são viciadas em jogos no Brasil. A ampliação da prática no ambiente online já causa repercussões na vida financeira das famílias, na economia nacional e na saúde mental da população.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou reforço nas ações das Equipes de Saúde da Família, com abordagem mais focada nesse cenário. As afirmações foram feitas após reunião interministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Na saúde, temos de olhar ao mesmo tempo a questão da prevenção e promoção da saúde nessa questão dos jogos. Em termos de prevenção é importante o reforço dessa pauta, por exemplo, no Programa Saúde na Escola. Os programas educativos são fundamentais”, explicou Trindade.
:: Vício em bets: homens jovens e pessoas com histórico de problemas de saúde mental são grupos mais vulneráveis ::
Além disso, Trindade informou que propôs uma nova classificação internacional de doenças relacionadas ao “jogo patológico”. Ela ressaltou a importância de diferenciar os jogos online, que requerem medidas específicas de tratamento e prevenção.
A ministra sinalizou ainda que as campanhas de prevenção ao vício em jogos podem levar em consideração a experiência das ações de combate ao tabagismo, por exemplo. Nas últimas décadas, o Brasil adotou políticas multissetoriais, da regulação publicitária à saúde, passando pela educação e pela taxação do produto.
O Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece atendimento para pessoas viciadas em jogos. O cuidado é realizado principalmente por meio da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que inclui os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
Edição: Nicolau Soares
FONTE: BRASIL DE FATO